segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Velho mundo também é reflexão!

Os últimos acontecimentos aqui no velho mundo me fez escrever um post reflexivo, mas achei que valia a pena colocar aqui, cheguei a boas conclusões!


Geralmente quando começo a me sentir mal com algo, achar que algo não está como eu gostaria, paro para analisar e penso: "pra que issooooooo?" em todos os sentidos possíveis que essa frase possa ter.

Dois meses e treze dias e acho que cheguei ao início de uma fase crítica de carência excessiva condensada com nacionalismo e ansiedade de não sei o que. Vou tentar explicar.

Você chega aqui e espera no mínimo ser recebido como um estudante extrangeiro seria recebido em nosso país. Bobagem! Tudo ilusão da sua mente boba e inocente. Se inserir numa nova cultura não é fácil, portanto não espere nível easy para essa fase; e mais quando se descobre que "eles" são altamente desconfiados e não foi só uma pessoa que falou isso, a pesquisa foi vasta! Usei escala de Likert e analisei os dados com SPSS para Windows. (brincadeirinha, mas to pretendendo validar devido ao grande número de extrangeiros nesse país...)

Mas então, não sei porque, mas conversando com minha amiga/parceira brasileira sobre um assunto qualquer no mesmo carro que mais três espanhóis, num momento de falta do que fazer, em algum lugar entre Jaén e Granada, me deu a leve sensação de que pelo menos um deles pensaram na possibilidade de estarmos falando mal deles, ou se sentiam incomodados em ouvir a gente falando em português. Fala sério né! Achando muito chato isso, pensamos que talvez deveríamos tentar falar só em espanhol. Até que funcionou na 1ª ou 2ª vez e gerou até algumas risadas pelas palavras mal pronunciadas, até me dar conta que eles não tem paciência para conversar com a gente, logo que é mais fácil e rápida a interação entre 3 espanhóis. É, esqueci de tentar encaixar na conversa uma breve explanação de "como saber se estão falando mal de nós em português", ensinar umas palavras chulas, acho que facilitaria as coisas. 
Mas como não fiz isso, para toda a turma foi mais legal e instigante, como diz minha amiga Camy: "fingir que somos figuras meramente ilustrativas na sala de aula", é bom frisar que fora dela também. Era pra ser simpático?! Ninguém avisou oh.

Aí é inevitável aquela velha pergunta, acho que todo estudante extrangeiro já deve ter se perguntado: " O que porra eu tô fazendo num lugar onde ninguém gosta de mim, enquanto podia eu estar me fudendo num mestrado no Brasil, mas com a garantia do calor do colo do papa e da mama?". Pior não é nada, é que a resposta já está clara na minha cabeça: "Maldita sociedade capitalista! Você está aqui porque você precisa de um bom emprego, precisa ganhar mais dinheiro e cada vez mais, precisa saber mais e cada vez mais (seja uma Christiane Amanpour se possível), essa é a incessante busca pelo sucesso minha filha..." e não importa o tanto que minha mente tente maquiar isso com pseudosuperioridades, vou acabando em quase desespero, alimento adequado para a lombriga morta-de-fome (domina seu corpo, mente, alma e coração, você só pensa em comer). 

Fico preocupada se meu mecanismo de defesa nisso tudo é ser antipática ou se é assim que entendem meu ar de assustada em busca de um espaço nesse novo cenário.

A verdade é que preciso confessar amiguinhos; é mesmo isso que eu quero, eu sonhei com isso. Tudo bem, era mais azul por lá, nos meus sonhos, eu era mais magra, tinha amigos legais espanhóis, namorava um europeu lindo, rico e inteligente, mas tudo bem eu sei que aguento o peso do babado. Devagar e sempre, vai que funciona sonhar!

Eu sabia que aquela música do Coldplay não tinha aparecido por acaso na minha vida e a única parte que decorei foi essa: "Nobody said it was easy; No one ever said it would be so hard." (Ninguém disse que seria fácil; ninguém disse que seria tão difícil). Ela sempre me serviu nesses momentos pra cair na real, antes de entrar em pânico.

E olha que ainda tá leve! Por enquato, tô só sentindo um "esprito emo" sentado no meu ombro!

Você tenta compartilhar e dizem que o negócio é relaxar e deixar rolar, é doloroso no início, mas depois melhora, fica tão bom que você não vai querer mais que acabe esse tempo. (Qualquer semelhança é mera coincidência viu. Mas é o que todos dizem, tô tentando acreditar.) 

O detalhe curioso de tudo isso é que o meu desejo em nenhum momento foi de desistir, pedir pra voltar, fazer sinal de fumaça pedindo socorro. Na verdade nunca amei tanto minha nação, meu nordeste e minha família. O bom nisso tudo é a situação: Você chega em casa meio deprimido, carente (mais do que o normal) e abre o notebook e vê aquela mensagem de 1 ou 2 amigos que você pensou que nem sente sua falta dizendo: "estamos morrendo de saudade de você", ou um e-mail da mama ou do papa dizendo lá no final: "saudades, te amooooo."

Aí você relaxa, pega uma Heineken gelada, uma tostada de tomate com azeite andaluz, abre o arquivo do Word e os milhões de PDF pra estudar e dá graças a Deus por ter tanta gente que gosta de você e você realmente está tendo a mais verdadeira oportunidade de saber de tudo isso.


Já dizia o velho Mario Quintana:
" Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem gosta de você"
E quem não gosta, aprenda a gostar ou.... (citando tia Fatinha): SE LASQUE!

Besitos meus amores!!!
E obg por acompanharem esse turbilhão de sensações.

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