sábado, 11 de fevereiro de 2012

Vamos tomar uma hoje?

As cervejas de hoje foram patrocinadas por nossa grande amiga Tereza Mazzuecos, eu gostaria de agradecer pelo carinho de nos ter presenteado com cervejas tão gostosas neste lindo dia de cervejada! =D

Antes de falar das cervejas em si, temos hoje aqui uma disputa ao podium das melhores cervejas de trigo mundialmente conhecida. As duas primeiras que vou relatar, curiosamente, são fabricadas em Munique, mas de empresas diferentes. 
Eu adoro as cervejas de trigo e adoro também todo o requinte que elas exigem para serem bebidas e saboreadas adequadamente. Portanto, vale lembrar que as cervejas deste tipo devem ser servidas da seguinte forma para que nos deem o sabor premium que levam suas garrafas: Servir 2/3 de cerveja com o copo inclinado para que toque o vidro do copo e o deixe na temperatura da cerveja, antes de servir o restante, agitar a garrafa em movimentos giratórios e então despejar o restante no copo totalmente na vertical.
Agora que sabemos como servi-las. Vamos às cervejas! 
Foto retirada do Bar do Jota
Cerveja: Paulaner Hefe-Weissbier Naturtrüb
Tipo: German Weizen
Álcool: 5,5% ABV

Primeiramente a Paulaner. Cerveja alemã de nascimento interessante, começou no século XVII, quando os monges da Odem dos Mínimos, criada por São Francisco de Paula, que em alemão eram chamados de "Paulaner", elaboraram para eles mesmos uma distinta cerveja, a Paulaner original. Rapidamente se tornou famosa em Munique e quando a Abadía de Kluster foi transformada em prisão, Zacherl adquiriu a cervejaria, que em 1813 começou a fabricar a Salvator, seguindo a formula original da Paulaner. Em 1861, abriram as Bodegas Salvator e no século XX, em 1928 se uniram a Gebruder Thomas Bierbrauerei. Daí gerou-se a Paulaner Salvator Thomas Brau, que em 1994 passou a chamar-se Paular Brauerei e finalmente, cinco anos depois Paulaner GmBH un Co.
Dizem que a Paulaner é a cerveja de trigo com maior complexidade em sua elaboração, o que o seu sabor não deixa duvidar. É uma cerveja de muito sabor; profundo, aromático e de muita consistência. Possui uma forte presença de cereais e levedura. Na boca ocasiona um sabor inicial adocicado, seguido de um leve amargor, consegue deixar um sabor gostoso na boca. Sua consistencia forma uma espuma alta, bem resistente, de cor amarelado marfim.
Não é de se impressionar com o grande número de seguidores dessa cerveja.

Foto retirada do site confraria st. george
Cerveja: Franziskaner Hefe-Weissbier Dunkel
Tipo: German Dunkelweizen
Álcool: 5,0% ABV

Em seguida a Franziskaner. Cerveja também alemã, fabricada pela cervejaria Spaten- Franziskaner, empresa que nasceu por volta do século XIV, ao que se crê que é a mais antiga empresa da Alemanha.
Esta é uma cerveja de trigo de muito sabor e aroma, características dadas pela mistura do trigo com a cevada, diferente das que habitualmente tomamos. As cervejas Franziskaner, são de alta fermentação, esse tipo de cerveja também são conhecidas como "cervejas brancas", por possuir aparência turva e de cor esbranquiçada, quando postas no copo, quanto menos filtradas sejam, maior essa características.
A Franziskaner Dunkel, produzida desde 1397, que foi a que provei, é uma cerveja escura caramelo, muito turva e amarronzada, tem uma boa formação de espuma, cremosa amarronzada marfim. O sabor é muito generoso, percebe-se bastante o trigo tostado e o malte intenso. Seu aroma torrado é realmente marcante e tenho certeza que seria uma ótima bebida pra acompanhar um prato com carne de porco. 

As duas cervejas são muito boas, na verdade só de serem de trigo e com um processo produtivo tão antigo e peculiar, já me faz querer-las muito mais, a Paulaner é mais suave que a Franziskaner, mas posso dizer-lhes que as duas me encantaram de uma forma que é possível que as compre com mais frequência do que imaginava. Não é a toa que as duas, disputam o lugar de melhor cerveja de trigo do mundo. A verdade é que eu não posso nem me posicionar a favor de uma ou de outra, afinal acabei provando uma Weizer e uma Dunkelweizer, é possível que quando prove do mesmo estilo de cerveja, das duas cervejarias possa realmente eleger uma; o que me parece bem difícil levando em consideração que eu aprecio as particularidades de cada cerveja. Deixando num português bem claro a você leitor, posso dizer que as duas são diferentes e muito boas, não há dúvidas de que vale muito a pena tomá-las na primeira oportunidade que tiver.

Foto retirada do blog Bier World
Cerveja: Te Deum Blond
Tipo: Brune de Abadía
Álcool: 5,5% ABV

Esta cerveja belga, de sabor exótico, me parece não ser muito conhecida. Com outro monge no rótulo, que a priori imagino que tenha sido produzida por mais monges com pouco o que fazer e loucos por um pouco de diversão nos fins de semana, ao que se sabe é que esta cerveja é produzida pela cervejaria Brasserie Du Bocq, localizada na cidade de Purnode, na Bélgica. Foi criada em 1858 por Martin Belot e sempre foi uma empresa 100% familiar, continua sendo uma das últimas fábricas de cervejas tradicionais belgas, utilizam o processo tradicional de fabricação com segunda fermentação em garrafa. Atualmente, a sexta geração da família Belot dirige o destino da Brasserie du Bocq.
Como falei inicialmente o rótulo tem um monge levantando uma taça de cerveja, que lembra muito outras cervejas estilo trapista, mas nada se fala da origem do monge, talvez até seja o sr Martin Belot, em um dia de carnaval tomando uma fantasiado de monge... Vai saber!
Agora, em cima do monge tem um dito muito interessante: "Abeunt studia in mores" que em português foi traduzido como: "Os estudos passam a costumes" ou " o que se estuda, na moral fica", já em espanhol traduziram como: "O que se persegue com zelo se converte em costume". Mas curiosamente eu fui ver o que o google dizia sobre a frase em latim e ele, como pai dos burros do século XXI diz: "Vá embora com o estudo da moral" que eu traduziria a linguagem popular: "Foda-se o estudo da moral". Na verdade descobri que o google nem sempre tá certo, muito menos o google translate. A frase foi do poeta romano Ovídio que pude entender que: "O que se treina/estuda com afinco, é absorvido pelo caráter/moral", ou seja, ainda vale a pena tomar essa cerveja.
Dirscursões filosóficas à parte, posso garantir que o sabor da Te Deum blond é bem exótico, gostosa, indico bastante; mas vou logo avisando que esse tipo de cerveja (falo das 3 que falei aqui) é para ser saboreada e não pra se embreagar loucamente até tirar a roupa em cima da mesa, ok?!

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